Como a energia solar pode ajudar o Brasil a sair da crise
Produção de energia fotovoltaica gerou 40 mil postos de trabalho no primeiro semestre de 2020 e uma busca 50% maior por cursos, especializações e treinamentos.
Poucos setores da economia têm números positivos para mostrar neste turbulento 2020. Felizmente, o mercado de energia solar é um deles. O desemprego e a informalidade cresceram na maioria das profissões. No entanto, a produção fotovoltaica gerou 40 mil postos de trabalho no primeiro semestre do ano e uma busca 50% maior por cursos, treinamentos e especializações. Os números mostram como a energia solar pode ajudar o Brasil a sair da crise econômica agravada com a pandemia do coronavírus.
Além disso, a matriz fotovoltaica tem tudo a ver com o crescente interesse dos consumidores nos modos de consumo mais conscientes e sustentáveis. Assim, por ser uma forma de energia limpa e mais barata, a produção solar tende a deixar os negócios mais competitivos. Ela também reduz os gastos mensais de condomínios, famílias, microempreendedores, pequenas e médias empresas, indústrias e produtores rurais.
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O Brasil tem hoje mais de 20 milhões de empreendimentos formais. De acordo com os dados da consultoria Empresômetro, quase 70% deles – aproximadamente 13,5 milhões – é formada por pequenos negócios. Deste total, cerca de 14 mil são empresas prestadoras de serviço no setor de energia solar. Em sua maioria, os empregos são nas áreas de instalação e manutenção de painéis solares. Assim, a geração de empregos é uma das formas como a energia solar pode ajudar o Brasil a sair da crise.
Políticas públicas com energia solar
Especialistas apontam ainda a produção fotovoltaica como ferramenta estratégica para governos. Criação de políticas e programas específicos de estímulo e geração de emprego são alguns exemplos. Outro benefício é o fomento à autossuficiência energética em casas, pequenos comércios, indústrias, prédios públicos e propriedades rurais.
Afinal, o Brasil possui posição geográfica privilegiada e vocação natural para a geração de energia limpa. No local menos ensolarado do Brasil, por exemplo, é possível gerar mais eletricidade solar do que o local mais ensolarado da Alemanha.
Energia solar e aquecimento econômico
O fomento às fontes renováveis tem relação direta com a economia de recursos e de dinheiro. De acordo com um estudo da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), cada dólar investido em energias renováveis e em medidas de eficiência energética gera uma economia de até 8 dólares. Esse valor seria gastos para remediar impactos do uso de combustíveis fósseis, como mudanças climáticas e poluição do ar.
No quesito geração de empregos, a expectativa da Irena também é positiva. De acordo com a agência, as fontes renováveis serão responsáveis pela criação de mais de 42 milhões de postos de trabalho nos próximos 30 anos. Metade deles estará no segmento solar.
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Pelos números da organização, uma instituição global com sede em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o ganho acumulado no Produto Interno Bruto (PIB) global será de 98 trilhões de dólares até 2050. Isso representa cerca de 550 trilhões de reais.
É uma reação em cadeia. Cresce o uso da energia solar. Cresce a economia no caixa das empresas. Aumenta a demanda por energia solar. Aumenta a demanda por profissionais qualificados. Cresce a procura por cursos e especializações. “O crescimento na procura por cursos está ligado às grandes oportunidades de negócios oferecidas no mercado de energia solar no Brasil”, avalia Gabriel Guimarães. Diretor de educação de uma grande empresa catarinense especializada em treinamentos. Guimarães falou sobre isso em entrevista ao Portal Solar.
Segundo ele, a busca por especializações aumentou 50% entre janeiro e julho deste ano. Além disso, na opinião de Guimarães, muitos brasileiros afetados pelo desemprego e pela crise encontraram no mercado fotovoltaico uma possibilidade de se especializar em um segmento que o mundo inteiro enxerga como estratégico para a retomada do crescimento. A remuneração média supera dois salários mínimos, o equivalente hoje a 2.090 reais.
Recessão e produção fotovoltaica
Recentemente, postamos aqui no blog que o setor de geração de energia solar no Brasil triplicou sua atividade no último ano. Mostramos também que, apesar da crise e da pandemia, a produção fotovoltaica brasileira cresceu 50% nos últimos seis meses. Três deles já no cenário da doença.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), já são cerca de 255 mil sistemas fotovoltaicos. Eles fornecem energia a partir de ligações para mais de 318 mil unidades consumidoras.
Ainda segundo os números da Absolar, empresas de comércio e serviço respondem pelo maior volume de consumo da matriz fotovoltaica. Em termos de potência instalada, elas respondem a 39,5% da capacidade total instalada no país. Enquanto isso, no que diz respeito à quantidade de instalações, as residências são a maioria – sete em cada dez.
Peso no orçamento
Com a recessão econômica, ficou ainda mais claro o fato de que, no Brasil, gasta-se muito com energia elétrica. Só para termos uma ideia, 84% dos brasileiros consideram a energia elétrica cara ou muito cara. O resultado apareceu numa pesquisa feita pelo Ibope e pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). O levantamento foi feito entre 24 de março e 1º de abril. Nesse período, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia declarado a pandemia.
A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em todas as regiões do país. De acordo com a Abraceel, o valor pago pelos consumidores tem se tornado mais evidente nas despesas das famílias. Afinal, as pessoas que consideravam o preço caro ou muito caro no ano de 2014 – primeiro de realização da pesquisa – chegavam a 67%. O percentual atingiu as maiores marcas em 2014 (88%) e 2019 (87%).
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